A partir da década de 1990, as comunidades do Rio de Janeiro passaram a se destacar como um atrativo turístico. Como ressalta Medeiros (2010), a comunidade como produto turístico é, hoje, um fato. Cabe, agora, refletir como essa atividade pode ser explorada de modo a trazer benefícios aos moradores das comunidades. Nesse sentido, assumindo a importância da participação social para a superação de uma relação falaciosa entre turismo e desenvolvimento, o artigo tem como objetivo analisar o desenvolvimento da atividade turística em uma comunidade pacificada, a partir da perspectiva da gestão social. Foram realizadas entrevistas com moradores, guias de turismo e policiais. Tais entrevistas foram analisadas por meio de categorias propostas por Tenório et al. (2008) para avaliação de processos decisórios participativos, quais sejam inclusão, pluralismo e bem comum. Observou-se, com base na análise, que a inserção dos moradores no desenvolvimento de atividades turísticas é dificultada, levando a avanços apenas em aspectos econômicos. O crescimento econômico é, porém, insuficiente para a geração de transformações sociais mais amplas, as quais também são abarcadas pelo conceito de desenvolvimento, conforme mostrou Furtado (2000).
Autores: Fernando Guilherme Tenório; Vanessa Brulon; Lucas Zarconi
Publicação: 2013
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